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Gaeco, Receita Estadual e PM realizam Operação “deus pã”, cumprem 19 mandados e 04 pessoas são presas em Araxá/MG.

Publicado em 10-02-2022 18:30

     Confiram a matéria completa o Dr. Thiago Ferraz, Promotor Gaeco, Dr. Gustavo Oliveira, superintendente regional receita estadual e o Major PM Reginaldo, subcomandante do 37º BPM de Araxá. Os nomes não foram divulgados de forma oficial pela força tarefa da operação, e segundo o Delegado o processo corre sobre segredo de justiça.

 

     A força-tarefa do Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira), formada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), através do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Ordem Econômica e Tributária (Caoet), pela Receita Estadual e pela Polícia Militar, realizou, na manhã desta quinta-feira (10/2), a operação “Deus Pã”, que tem como objetivo combater a sonegação de impostos no setor de cria, recria, engorda e comercialização de gado bovino.

 

     Os alvos da operação são pecuaristas, comerciantes de gado e empresas leiloeiras dos municípios de Araxá/MG e Ibiá/MG, na região do Alto Paraíba. Ao todo, estão sendo cumpridos 14 mandados de busca e apreensão e 05 mandados de prisão, com apoio do Grupo de Combate às Organizações Criminosas (GAECO) de Uberaba.

 

     As investigações apontam que, nos últimos cinco anos, os alvos da operação teriam fraudado o nascimento de 12.763 cabeças de gado, que foram "comercializadas" em seguida. Somente um dos alvos comercializou mais de R$ 65 milhões em gado bovino nesse período.

 

     A fraude investigada consiste, basicamente, na aquisição de gado bovino sem nota fiscal e simulação de nascimentos de crias (bezerros e bezerras) para acobertar as vendas dos animais adquiridos sem o documento fiscal e lavar o dinheiro da operação. Com isso, o gado adquirido sem origem passa a ser documentado na hora da venda. Além disso, o dinheiro que circulou clandestinamente na compra do animal sem origem passa a ter aparência de legalidade em razão das vendas com as notas fiscais.

 

     Para alcançarem o “milagre da multiplicação” dos rebanhos, os fraudadores, que, normalmente, são arrendatários ou proprietários de pequenas glebas de terra, usavam de vários artifícios.

 

     As apurações identificaram situações como nascimento de bezerros onde não havia vacas; vacas que pariram 2,5 bezerros de cada vez; vacas que pariram em uma fazenda e, um mês depois, pariram novamente, em outra propriedade; bezerros comercializados sem as mães, dez dias após terem nascido; rebanhos que só pariam animais do sexo masculino; bezerros que com uma semana de vida já são promovidos a animais com idade superior a 12 meses de idade; dentre outras fraudes.

 

     O Brasil tradicionalmente tem o maior rebanho bovino do mundo, destacando-se Minas Gerais entre os quatro maiores Estados do setor econômico. A pecuária movimenta Bilhões de reais anualmente e a Receita Estadual suspeita que a prática dessa modalidade de fraude seja disseminada por todo o Estado de Minas Gerais.

 

Nome da Operação.

     O nome da operação tem origem na mitologia grega, onde o deus Pã era o encarregado de cuidar dos rebanhos e também responsável por sua multiplicação. Participam da operação ação 5 Promotores de Justiça de Minas Gerais, 30 auditores fiscais da Receita Estadual e 44 policiais militares.

 

     Quinze anos do CIRA: recuperação de ativos e livre concorrência Criado em maio de 2007, o Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (CIRA) é uma iniciativa pioneira, que inspirou a criação de estratégias semelhantes em outros estados da Federação.

 

     Através da articulação do Cira, o Ministério Público de Minas Gerais, a Receita Estadual, a Advocacia-Geral do Estado e as Polícias Civil e Militar, ao longo de quase 15 anos, realizaram investigações de fraudes heterodoxas estruturadas, com a recuperação, direta e indireta, de aproximadamente 15 Bilhões de reais para a sociedade mineira. Além disso, a atuação do Cira busca defender a livre concorrência, investigando crimes que causam graves distorções de mercado.

 

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