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Vereador da cidade de Tapira/MG é condenado a 26 anos de prisão pelo crime de homicídio da vitima Mariana Perdona, morta em 2012, e sai preso de tribunal em Araxá/MG.

Publicado em 06-12-2018 00:00

     Nesta quarta-feira, 05 de dezembro, foi realizado o 12º julgamento em Araxá/MG durante o mutirão dos Tribunais do Júri deste ano de 2018, um dos julgamentos mais aguardados na comarca de Araxá, ao qual foi presidido pelo Meritíssimo Juiz de Direito, Dr. Claudio Henrique Brasileiro, juntamente com o Promotor Dr. Genebaldo Borges e pelo assistente o Advogado Dr. Robson Merola, pelos Advogados de defesa Dr. Leuces Teixeira e Dr. Valter Lúcio, juntamente com os servidores públicos, o julgamento do réu CAIRO LUIZ ASSUNÇÃO CARVALHO, de 25 anos de idade, o qual exerce o mandado de vereador na cidade de Tapira/MG, acusado de homicídio triplamente qualificado, aborto e ocultação de cadáver da vitima Mariana Assunção Perdona Gabriel, morta com de 27 anos de idade.

A ACUSAÇÃO

     Segundo consta a denúncia realizada pelo Ministério Publico de Minas Gerias com base nas investigações da Policia Civil de Araxá, o réu Cairo Luiz na noite do dia 14 e manhã do dia 15 de maio do ano de 2012, em uma estrada das Palmeiras, localizada na região do Tamboril no município de Tapira/MG, onde espancou, esganou e bateu violentamente com a cabeça da vitima Mariana Perdona, contra a estrutura do veiculo em que ambos se encontravam. Ainda segundo os autos do processo, o crime teria ocorrido devido a vitima Mariana Perdona ter mantido um “relacionamento amoroso rápido” com o réu em uma festa, e que estaria grávida do mesmo. O corpo da vitima foi localizado no córrego dos “alevinos”, nas proximidades do local conhecido como a Ponte dos Alevinos no município de Tapira/MG.

AS INVESTIGAÇÕES

     As investigações realizadas pela Policia Civil de Araxá, conseguiu identificar que o réu teria falado com Mariana no dia do crime, que o réu teria feito uma ligação ao seu pai, e nesta ligação relatou ao pai que teria feito besteira, narrando ao seu pai em tom desesperador as seguintes palavras, “Pai arruma um advogado para mim, contei para a Policia Civil sobre a Mariana, em seguida seu pai pergunta, “Você matou a mulher, não acredito que você fez isso, você acabou com a minha vida”, em seguida o réu tentou acalmar seu pai dizendo, “Calma pai, calma, eu vou explicar ao senhor, arruma um advogado para mim, a Policia Civil não quer deixar eu sair, e eu contei tudo para eles”. As investigações também conseguiu identificar através de pericia e exames, a presença de sangue no veiculo do réu, bem com o um brinco que que estava embaixo do tapete de trás do veiculo, objeto este que foi reconhecido pela mãe da vitima. As investigações apontou que Cairo teria matado Mariana e em seguida jogado seu corpo de cima da ponte dos Alevinos. Todas estas evidências bem como o depoimento do réu na delegacia ao qual ele teria confessado o crime, apontaram Cairo Luiz Assunção Carvalho, como sendo autor do crime que tirou a vida de Mariana.

DEPOIMENTO DE CAIRO

     Em seu depoimento o mesmo negou os fatos narrados em versão dada na delegacia de Policia Civil de Araxá, disse que não matou a vitima Mariana Perdona, e que disse tudo aquilo porque estava sobre forte pressão e tortura realizada por um investigador, sendo obrigado a dar a versão na delegacia. Também relatou ao Meritíssimo Juiz que teria recebido uma ligação de Mariana e que ela precisava conversar com ele, ele respondeu dizendo que estava trabalhando e que a noite retornaria a ligação, fato este que foi feito por ele quando chegou em sua casa, porém, a ligação não demorou mais que alguns segundos e que não deu para conversar muito com a vitima. Cairo relatou em juízo que pegou a vitima em sua residência e saíram para conversar, e que Mariana o teria relatado que estava gravida, e que o chantageou pedindo a quantia de R$ 2.000,00 para abortar o bebê, e que ele teria negado dizendo que faria o exame de DNA quando criança nascesse, porém, Marina não aceitou e o ameaçou dizendo que iria auto se lecionar e que colocaria a culpa nele, disse que não sabe como ela foi morta. Cairo em seguida a pedido dos advogados de defesa finalizou narrando todo o cotidiano de sua vida, disse ser um homem trabalhador desde de criança, honesto, com princípios de família e que não teria matado a vitima Mariana Perdona.

TRABALHOS DE ACUSAÇÃO E DEFESA

     O Promotor Dr Genebaldo Borges, juntamente com o Advogado Dr. Robson Merola em seus trabalhos de acusação, apresentou e sustentou em suas falas direcionadas aos jurados, que os trabalhos da Policia Civil são inquestionáveis, reuniu elementos e provas suficientes para indiciar o réu como o principal autor do crime, como gravações telefônicas entre o réu e seu pai a qual o réu relata o ocorrido com a vitima Mariana, pericias realizadas no veiculo usado no dia do crime, laudos técnicos periciais realizados no corpo da vitima como trauma crânio encefálico e sinais de espancamento pelo corpo e esganadura na região do pescoço, dentre outras questões relatadas no inquérito policial.

     A defesa do réu por sua vez representada pelos Advogados Dr. Valter Lucio, pelo Advogado Dr. Leuces Teixeira e as assistentes Dra Rosa Helena e Dra. Maria Antonia, apresentaram e sustentaram ao corpo de jurados que o réu é inocente e que não teria matado a vitima. Durantes suas falas questionaram os trabalhos realizados nas investigações da Policia Civil de Araxá, como os laudos periciais, o depoimento do réu na delegacia e que segundo eles foi realizado de forma irregular. Em algumas de suas falas, o advogado Dr. Leuces colocou em questão os trabalhos de um Delegado e um investigador que trabalharam nas investigações, e que no ano de 2016 foram conduzidos em uma operação do Gaeco, apresentando aos jurados a credibilidade destes profissionais junto às investigações. O Advogado por varias vezes se referiu ao plenário, e questionou o não comparecimento do Delegado responsável pelas investigações, que hoje se encontra com problemas de saúde e não pode comparecer no júri, apresentando com antecedência atestado médico comprovando sua incapacidade de estar presente. Ambos os advogados de defesa questionaram as provas que pudessem de fato condenar o réu, pois segundo eles, as provas que estavam no processo não eram suficientes para sua condenação.

A SENTENÇA

     Após os trabalhos de debate entre acusação e defesa, o Meritíssimo Juiz de Direito, Dr. Claudio Henrique Brasileiro, pediu que publico presente no plenário que estava lotado com as famílias e amigos da vitima Mariana Perdona e também familiares do réu fossem retirados, e se reuniu em sala secreta com o corpo de jurados, sendo então em seguida lida a sentença na presença novamente de todos os presentes, a qual condenou o réu CAIRO LUIZ ASSUNÇÃO CARVALHO, de 25 anos de idade, a uma pena de 26 anos e 04 meses de prisão em regime fechado, pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, aborto e ocultação de cadáver.

A PRISÃO DO ACUSADO

     O réu que é vereador na cidade de Tapira/MG, saiu algemado do plenário júri e encaminhado pelo Policia Militar de Araxá diretamente para o presídio de Araxá, onde permanecera à disposição da justiça. Destaca-se que após exames de DNA realizados no bebê que a vitima Mariana Perdona carregava em seu ventre quando foi morta, e logicamente comparado com o material genético de Cairo, foi comprovado que Cairo não era o pai do bebê.

POLICIAIS CIVIS INVESTIGADOS NA OPERAÇÃO FENIX CITADOS POR ADVOGADO DE DEFESA

     Os dois Policiais Civis que participaram das investigações do crime da vitima Mariana Perdona em 2012, e que no ano de 2016 foram conduzidos e permaneceram sob custodia na casa do Policial na cidade de Belo Horizonte pela operação Fenix do Gaeco, eu que tiveram seus nomes mencionados pelo Advogado de defesa, Dr. Leuces Teixeira, durantes seus trabalhos de defesa do réu, ainda não foram denunciados, neim tão pouco julgados ou condenados e aguardam parecer dos responsáveis da Operação Fenix.

ADVOGADO DE DEFESA

     Em conversa com a nossa reportagem o Advogado de Defesa, Dr. Leuces Teixeira, destacou a seguinte fala, “vamos recorrer sim, não podemos coadunar com uma sentença dessa não, que que isso, em meus 30 anos de advocacia eu nunca vi uma barbaridade dessa não, interpreta-se esta sentença no dia de hoje com todo respeito ao jurado de Araxá, mais foi uma barbárie, uma violência, este sentença é um ato, um atentado a ordem democrática e a ordem jurídica, pelo amor de DEUS que que isso, nada contra a pessoa do magistrado, nada, estou criticando a decisão, uma barbárie, um atentado ao estado democrático de direito.”

FAMILIA PERDONA

     No final familiares, amigos e pessoas da população que se comoveram com as manifestações da mãe de Mariana nas redes sociais, destacaram que se sentiram aliviados com a condenação, que a Mariana não poderá voltar mais a vida, porém, se sentiram confortados com a decisão do julgamento.

DEMAIS IMAGENS NA GALERIA DE FOTOS ABAIXO.

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